segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dia da Visibilidade Lésbica

Oi povo,
pensei, pensei e não consegui parir um post para incluir na blogagem coletiva convocada pelas Blogueiras Feministas: sobre o Dia da Visibilidade Lésbica. Hoje acordei metódica e exata e não me saiu nada de sensível o suficiente que fizesse merecer figurar ao lado das belezas que estão participando. Mas não posso deixar de divulgar:

http://blogueirasfeministas.com/2011/08/blogagem-coletiva-visibilidade-lesbica/

Meu preferido até agora:
Somos mulheres que subvertem a ordem do sexo frágil, da dependência e da subserviência. Somos mulheres que não seguem o “manual de boas práticas femininas”, que dita modos de vestir, de agir, de falar, de ser e estar no mundo. Somos revolucionárias na acepção própria da palavra: fazemos uma transformação radical na estrutura da sociedade. Estamos onde supostamente mulheres não deveriam estar. É ainda espantoso para muitos, por exemplo, aceitar que duas mulheres possam viver sem um homem. Como vão resolver tarefas cotidianas tidas como masculinas? Não irá lhes faltar força? Jeito? Tino? Há ainda as tentativas de ridicularizar, diminuir e não reconhecer nossa sexualidade. Há uma desqualificação fálica de nosso sexo. Para machistas de carteirinha – e uniforme completo! – lésbicas não trepam de verdade, apenas brincam de se esfregar. Sim, meninas, como se fosse pouco e somente o que fizéssemos. Mas a despeito das agressões e desqualificações, seguimos subvertendo a ordem, desconstruindo certezas e quebrando o que estaria estratificado.
Continue lendo em Lésbicas: orgulho e visibilidade por Ivone Pita


Com uma escrita clara assim é difícil não ver como o preconceito contra as lésbicas tem no seu fundo o preconceito contra todas as mulheres. Tudo o nós mulheres fazemos é desimportante, não precisa/merece ser levado a sério; se não for uma coisa "fútil" por natureza, algum motivo fútil nos arranjam por tê-lo feito... No caso das lésbicas, a compreensão que é negada é a da própria identidade. Enfim. Muito assunto, muito motivo pra se indignar e pra dar apoio à causa delas, que também é minha e de todas as mulheres, mesmo que não saibam (ainda vou escrever um post sobre isso, me aguardem...!)

Abraços e boa leitura! :)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011



György Ligeti: Quarteto de cordas n.1 "Métamorphoses nocturnes" -
III. Adagio, mesto
IV. Presto
Artemis Quartett

Manhã de chuva, seus pés frios. No peito, uma certeza que você preferia não ter.
Revolta impotente. Esperança transfigurada.
Seus pensamentos envoltos no alento desconfortável de saber que, na verdade, você sempre soube.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Renovação, a explicação



Só pra matar a saudade de escrever.

Coloca pra tocar aí a música que linquei, e imagina um lindo dia frio, ventoso e chuvoso, que tu vai entender melhor meu humor de hoje.
Não fui irônica quando disse que era um dia lindo.

A sensação de obedecer a si próprio é indescritivelmente boa. É emponderante, como dizem minhas colegas-amigas feministas. Essa sensação toda vem de saber que não adiei uma atitude que precisava ser tomada - sabe como é? Aquela coisa que te incomoda e você sabe que não vai mudar. Fui lá é pá. Dei um jeito. Daí que estou leve como uma pluma agora.

O big deal é que sempre fui a pessoa que engole sapo. Não desde criancinha, mas desde muito nova, me acostumei a achar que os sentimentos dos outros eram mais importantes que os meus. E como não podia deixar de ser, sempre acabei caindo em relações destrutivas, opressivas. Meu maior desejo sempre foi que isso mudasse.
A diferença do "sempre foi" para o "é" é que de uns tempos pra cá percebi que isso não se tratava simplesmente de ter o azar de pechar com as pessoas erradas. Mas sim era uma questão de atitude - eu atraía as pessoas erradas, pela minha natureza defensiva. Ou pior; talvez eu transformasse pessoas razoáveis em pessoas escrotas, pela oportunidade que eu dava a elas de se sentirem mais legais pisando em alguém. Não é assim que tanta gente diz? Pra ser o esperto, tu tem que estar por cima. Hoje eu me senti por cima, sem ter pisado em ninguém. Estou no meu lugar. Minha mente e meu corpo estão em acordo.

Só me resta me dar um autoabraço e dançar essa música deliciosa agarradinha com a pessoa mais foda do dia. o/

Renovação


Fazia tempo que eu não me sentia tão bem em um dia frio e chuvoso como o de hoje.

De fato, me sinto tão bem que vou fazer uma nova tentativa de escrever com alguma frequência aqui no blog.

Como foi muito impressionante reler o blog e perceber como mudei desde a última vez que postei, tratei de fazer uma arrumação. O visual está novo, e os assuntos provavelmente serão mais curtos e menos sérios, provavelmente mais específicos, ou seja, mais a cara da Mariana de 2011 - não sei se isso é uma vantagem ou desvantagem, mas vamulá.

Começo por dizer como estou: muito bem. Muito livre, como sempre me senti, com alguns agravantes. Com menos medo de me expressar mal do que na postagem anterior a essa. Com mais vontade de construir e aprender com as relações com pessoas parecidas comigo - isso chama o último item, talvez mais importante: com menos desconfiança nas pessoas, de uma forma geral. Ou mais confiança em mim. Ou as duas coisas.
Terminando meu bacharelado em Música na UFRGS nesse semestre, com um recital de graduação para encaminhar, tenho pouco tempo disponível, porém muito para dizer, ponderar, organizar mentalmente - não dizem que escrever é uma forma de ordenar os pensamentos?

Abri o blog em 2010 como um exercício de redação, pra melhorar minha expressão. Agora, o objetivo será mais ou menos o mesmo, porém numa dimensão diferente; vou escrever o que achar que necessito. Veremos se essa coisa de espontaneidade é assim fácil, e assim apreciada, realmente.

Abraço, Mariana