Música feminina, negra, sexy. Mas que jamais iria tocar na MTV.
Motivo? Excesso de roupa, né, o que mais poderia ser?
Olha só:
É sexy ou não?
E cadê a bunda e o decote?
;)
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Eleições
As eleições estão aí, e você não sabe em quem votar?
Queria votar em alguém competente, que vai comparecer às sessões e não gastar dinheiro à toa?
Queria conhecer a origem do seu candidato, e as relações atuais dele?
Queria votar em alguém limpo, sem ficha criminal ou processos nas costas?
Acha que isso vai dar um trabalhão dos infernos, e prefere votar nulo ou simplesmente votar no candidato mais bem apessoado, de terno italiano e firmeza na voz, pra não ter que se incomodar?
Não vote em vento nem em peido! Já fizeram esse trabalho por nós.
www.excelencias.org.br
Aqui está O site. Pesquise os seus canditatos preferidos, antes que eles sumam de seus cargos oficiais para se "dedicar à campanha" (se tiver tempo, pesquise sobre os odiados também). Você pode ter uma grande surpresa, boa ou má ;)
Queria votar em alguém competente, que vai comparecer às sessões e não gastar dinheiro à toa?
Queria conhecer a origem do seu candidato, e as relações atuais dele?
Queria votar em alguém limpo, sem ficha criminal ou processos nas costas?
Acha que isso vai dar um trabalhão dos infernos, e prefere votar nulo ou simplesmente votar no candidato mais bem apessoado, de terno italiano e firmeza na voz, pra não ter que se incomodar?
Não vote em vento nem em peido! Já fizeram esse trabalho por nós.
www.excelencias.org.br
Aqui está O site. Pesquise os seus canditatos preferidos, antes que eles sumam de seus cargos oficiais para se "dedicar à campanha" (se tiver tempo, pesquise sobre os odiados também). Você pode ter uma grande surpresa, boa ou má ;)
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Lembram da Cássia Eller?
Faz quanto tempo que ela morreu, uns 7 anos?
Na minha adolescência, e acredito que também na vida de muita gente, ela foi uma daquelas pessoas que ajudaram a traduzir certas coisas que eu sentia, mas não sabia ou achava que não podia expressar.
Topei hoje no youtube com um vídeo sensacional, de um show dela, cantando o Blues da Piedade, do Cazuza.
Grande música, grande compositor, grande intérprete, não tinha como dar errado, né?
Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já crescem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que estão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade...
Na minha adolescência, e acredito que também na vida de muita gente, ela foi uma daquelas pessoas que ajudaram a traduzir certas coisas que eu sentia, mas não sabia ou achava que não podia expressar.
Topei hoje no youtube com um vídeo sensacional, de um show dela, cantando o Blues da Piedade, do Cazuza.
Grande música, grande compositor, grande intérprete, não tinha como dar errado, né?
Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já crescem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que estão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade...
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Faça amor, não faça pornografia
Um site que topei essa semana, e recomendo (em inglês): www.makelovenotporn.com
Em tradução livre, é o título do post: faça amor, não faça pornografia. Fala, em pequenos posts ilustrados, das diferenças entre o sexo que é exibido nos filmes pornôs e o sexo que a gente faz, sexo com intimidade, sexo de verdade.
O que mais me agrada nele é que não é mais um apelo sentimentalista, de gente reclamando dos relacionamentos superficiais, que as pessoas não têm amor no coração, e bla bla bla...
O ponto do site não é se queixar do comportamento dos outros, e sim olhar para a saúde da nossa relação conosco mesmo, com o próprio sentimento/sensação. Vale a visita!
Ao mesmo tempo, dei de cara com um excelente artigo (embora longo - também em inglês) sobre a influência da pornografia na sexualidade. O artigo começa com excertos de uma entrevista com um homem, de idade perto de 40 anos, que afirma ter dificuldades de ter relações íntimas com pessoas do sexo oposto. Diz ele que estudou a vida toda em colégios só para meninos, e o principal contato que tinha com mulheres era olhando, escondido é claro, as revistas e filmes pornô que seu pai colecionava, também escondido.
Uma das falas que mais me impressionou é quando ele descreve como um dia percebeu que fazia sexo "se vendo de cima", ao invés de sentir a plenitude da coisa. É doentio, mas pensando bem não é incomum: o cara via o processo todo como uma questão de performance, e não de sensação. Tipo: o prazer maior viria de você saber que o parceiro te acha bom de cama, e não do prazer ou do(s) orgasmo(s) em si. O maior fracasso não seria não ter orgasmo, e sim não conseguir fingir que está excitado até o parceiro conseguir gozar.
É claro que esse cara é um extremo, mas eu pude ver pontinhas de muita gente nele, inclusive minhas. O que mais eu vejo por aí, especialmente na internet onde o povo fala a merda que quiser sem necessariamente se comprometer, é gente virgem ou com pouca experiência sexual já se achando incompetente para o sexo.
E com certeza muito disso é culpa dessa idéia absurda que temos sobre sexualidade "performática".
Nos meninos isso se traduz em várias formas de violência; me parece que daí nascem todos os misóginos sem auto-estima, desde aqueles que falam que "mulher só gosta de homem com carro" até os que se cobram "honra masculina" se referindo a mulheres e ao casamento pejorativamente. Eu pessoalmente acredito que esses caras pouco tentaram "chegar junto" nelas. Afinal, a idéia que a pornografia hardcore reforçou para a minha geração é de que se você prestar, as mulheres vão começar a gemer só de te olhar. É uma das consequências da mesma causa que leva alguns caras a não entender a necessidade de preliminares. Ora, ela não fica excitada só de encostar em mim? Como assim?
Nas meninas a opressão é outra; elas sentem culpa, para variar. As mulheres dos filmes são máquinas de fazer sexo. Estão sempre excitadas, sempre têm orgasmos ruidosíssimos, e não precisam de preliminares nem de contato com clitóris para isso (sem falar do sexo anal e de depilação total, que todas adoram e não vivem sem, e do carinho que todas dispensam). Quem consegue ser assim? Algumas tentam, outras (muitas) simplesmente negam que sentem desejo.
Muita gente acha que só existe uma forma certa de sentir as coisas; se você não gosta daquele jeito, é um desajustado e não merece ser feliz. Muita gente engole isso tudo sem questionar, passa a vida se achando um lixo e ainda acha que deve cobrar dos outros essa virtude que nem sabe se existe, discriminando gente igual a si próprio, pelos mesmos motivos que é discriminado. Você conhece alguém assim, tenho certeza.
Aí fico me perguntando, quem está ganhando com todo esse jogo?
Em tradução livre, é o título do post: faça amor, não faça pornografia. Fala, em pequenos posts ilustrados, das diferenças entre o sexo que é exibido nos filmes pornôs e o sexo que a gente faz, sexo com intimidade, sexo de verdade.
O que mais me agrada nele é que não é mais um apelo sentimentalista, de gente reclamando dos relacionamentos superficiais, que as pessoas não têm amor no coração, e bla bla bla...
O ponto do site não é se queixar do comportamento dos outros, e sim olhar para a saúde da nossa relação conosco mesmo, com o próprio sentimento/sensação. Vale a visita!
Ao mesmo tempo, dei de cara com um excelente artigo (embora longo - também em inglês) sobre a influência da pornografia na sexualidade. O artigo começa com excertos de uma entrevista com um homem, de idade perto de 40 anos, que afirma ter dificuldades de ter relações íntimas com pessoas do sexo oposto. Diz ele que estudou a vida toda em colégios só para meninos, e o principal contato que tinha com mulheres era olhando, escondido é claro, as revistas e filmes pornô que seu pai colecionava, também escondido.
Uma das falas que mais me impressionou é quando ele descreve como um dia percebeu que fazia sexo "se vendo de cima", ao invés de sentir a plenitude da coisa. É doentio, mas pensando bem não é incomum: o cara via o processo todo como uma questão de performance, e não de sensação. Tipo: o prazer maior viria de você saber que o parceiro te acha bom de cama, e não do prazer ou do(s) orgasmo(s) em si. O maior fracasso não seria não ter orgasmo, e sim não conseguir fingir que está excitado até o parceiro conseguir gozar.
É claro que esse cara é um extremo, mas eu pude ver pontinhas de muita gente nele, inclusive minhas. O que mais eu vejo por aí, especialmente na internet onde o povo fala a merda que quiser sem necessariamente se comprometer, é gente virgem ou com pouca experiência sexual já se achando incompetente para o sexo.
E com certeza muito disso é culpa dessa idéia absurda que temos sobre sexualidade "performática".
Nos meninos isso se traduz em várias formas de violência; me parece que daí nascem todos os misóginos sem auto-estima, desde aqueles que falam que "mulher só gosta de homem com carro" até os que se cobram "honra masculina" se referindo a mulheres e ao casamento pejorativamente. Eu pessoalmente acredito que esses caras pouco tentaram "chegar junto" nelas. Afinal, a idéia que a pornografia hardcore reforçou para a minha geração é de que se você prestar, as mulheres vão começar a gemer só de te olhar. É uma das consequências da mesma causa que leva alguns caras a não entender a necessidade de preliminares. Ora, ela não fica excitada só de encostar em mim? Como assim?
Nas meninas a opressão é outra; elas sentem culpa, para variar. As mulheres dos filmes são máquinas de fazer sexo. Estão sempre excitadas, sempre têm orgasmos ruidosíssimos, e não precisam de preliminares nem de contato com clitóris para isso (sem falar do sexo anal e de depilação total, que todas adoram e não vivem sem, e do carinho que todas dispensam). Quem consegue ser assim? Algumas tentam, outras (muitas) simplesmente negam que sentem desejo.
Muita gente acha que só existe uma forma certa de sentir as coisas; se você não gosta daquele jeito, é um desajustado e não merece ser feliz. Muita gente engole isso tudo sem questionar, passa a vida se achando um lixo e ainda acha que deve cobrar dos outros essa virtude que nem sabe se existe, discriminando gente igual a si próprio, pelos mesmos motivos que é discriminado. Você conhece alguém assim, tenho certeza.
Aí fico me perguntando, quem está ganhando com todo esse jogo?
quinta-feira, 11 de março de 2010
Feliz dia das mulheres!
Ué, mas hoje é catorze de março! O dia das mulheres já não passou faz quase uma semana?
Não escrevi um post no dia oito por falta de tempo e de inspiração. Mas já digo: dia da mulher pra mim não é um dia de comemoração.
Na verdade o dia da mulher, apesar de todo o seu simbolismo, está reduzido a uma data a mais para ser explorado pelo comércio e publicidade, reforçando esteriótipos que "valorizam" justamente aquilo que põe as mulheres à escanteio na sociedade: a sensibilidade, a delicadeza, a beleza, enfim, tudo que convence a nós e aos homens de que somos fracas, fúteis, instáveis, não-confiáveis...
Como continuo sem inspiração para escrever, vou linkar alguns posts sobre o assunto 8 de março que merecem uma leitura:
Troca-se rosa por salário decente - do blog escreva, Lola, escreva
8 de março - Semeando o Caos
Porque eu estudo e trabalho mais, mas ganho menos? - Delas
Dispense a rosa - Dolcinha
Todo dia é dia da mulher livre!
Não escrevi um post no dia oito por falta de tempo e de inspiração. Mas já digo: dia da mulher pra mim não é um dia de comemoração.
Na verdade o dia da mulher, apesar de todo o seu simbolismo, está reduzido a uma data a mais para ser explorado pelo comércio e publicidade, reforçando esteriótipos que "valorizam" justamente aquilo que põe as mulheres à escanteio na sociedade: a sensibilidade, a delicadeza, a beleza, enfim, tudo que convence a nós e aos homens de que somos fracas, fúteis, instáveis, não-confiáveis...
Como continuo sem inspiração para escrever, vou linkar alguns posts sobre o assunto 8 de março que merecem uma leitura:
Troca-se rosa por salário decente - do blog escreva, Lola, escreva
8 de março - Semeando o Caos
Porque eu estudo e trabalho mais, mas ganho menos? - Delas
Dispense a rosa - Dolcinha
Todo dia é dia da mulher livre!
sábado, 6 de março de 2010
Último fim de semana de férias
Estes são os dias de aproveitar todo o resto de preguiça que ainda posso me dar ao luxo de ter. Tem trabalho também, mas como sempre nada do que eu possa reclamar.
São os últimos dias de:
Pegar o violino e ficar horas a fio improvisando, sem pensar em cumprir metas de estudo de escalas ou exercícios.
Tocar violão e guitarra. (durante o semestre não dá tempo)
Passar horas no computador, lendo blogs, pesquisando, fuçando, sem culpa.
Ficar o dia inteiro descalça.
Ficar o dia inteiro de pijama.
Matar estudo pra tomar chimarrão.
Ouvir música alta por algumas horas seguidas, sem pensar se o cérebro da colega de quarto está fritando, porque a casa está vazia e os vizinhos viajando.
Fazer um chimarrão e caminhar a pé, bem devagar, pela Porto Alegre vazia em qualquer horário e dia da semana.
Tomar uma cerveja no balcão da República do Café.
Pegar o carro e me ir pelas estradas de chão de Venâncio,
sozinha ou em boa companhia.
Tomar uma chica no 512, no meio da semana, sem culpa;
Tomar umas cervejas no Bar do Hélio (sim, sou chinelona!!) no meio da semana (às vezes com um pouco de culpa...);
Cozinhar e comer sem pressa, apreciando cada detalhe.
Ter dias de gato...
...Eu vou lá aproveitar! Bom retorno às aulas para todos!
São os últimos dias de:
Pegar o violino e ficar horas a fio improvisando, sem pensar em cumprir metas de estudo de escalas ou exercícios.
Tocar violão e guitarra. (durante o semestre não dá tempo)
Passar horas no computador, lendo blogs, pesquisando, fuçando, sem culpa.
Ficar o dia inteiro descalça.
Ficar o dia inteiro de pijama.
Matar estudo pra tomar chimarrão.
Ouvir música alta por algumas horas seguidas, sem pensar se o cérebro da colega de quarto está fritando, porque a casa está vazia e os vizinhos viajando.
Fazer um chimarrão e caminhar a pé, bem devagar, pela Porto Alegre vazia em qualquer horário e dia da semana.
Tomar uma cerveja no balcão da República do Café.
Pegar o carro e me ir pelas estradas de chão de Venâncio,
sozinha ou em boa companhia.
Tomar uma chica no 512, no meio da semana, sem culpa;
Tomar umas cervejas no Bar do Hélio (sim, sou chinelona!!) no meio da semana (às vezes com um pouco de culpa...);
Cozinhar e comer sem pressa, apreciando cada detalhe.
Ter dias de gato...
...Eu vou lá aproveitar! Bom retorno às aulas para todos!
sexta-feira, 5 de março de 2010
Saiu no jornal
Professor é preso por tráfico de drogas em Canoas
Brigada Militar flagrou o homem quando ele vendia crack em frente a sua casa
Um professor de 50 anos foi preso na noite desta quinta-feira por tráfico de drogas em Canoas. Adão Bittencourt estava vendendo crack em frente a sua casa. A Brigada Militar chegou ao local depois de uma denúncia anônima.
Bittencourt é professor de educação física em pelo menos duas escolas do município. Ele disse à polícia que é viciado e começou a vender a droga há cerca de seis meses, para complementar a renda. Junto com o professor foram apreendidas 54 pedras de crack.
Viu no que dá não aumentar o salário dos coitados dos professores, dona Yeda? hahauahauhauah
Brigada Militar flagrou o homem quando ele vendia crack em frente a sua casa
Um professor de 50 anos foi preso na noite desta quinta-feira por tráfico de drogas em Canoas. Adão Bittencourt estava vendendo crack em frente a sua casa. A Brigada Militar chegou ao local depois de uma denúncia anônima.
Bittencourt é professor de educação física em pelo menos duas escolas do município. Ele disse à polícia que é viciado e começou a vender a droga há cerca de seis meses, para complementar a renda. Junto com o professor foram apreendidas 54 pedras de crack.
Viu no que dá não aumentar o salário dos coitados dos professores, dona Yeda? hahauahauhauah
quarta-feira, 3 de março de 2010
Pulseirinhas do sexo (ou: como essas duas palavras estão na mesma frase?)
Lembra daquelas pulseirinhas de plástico que todo mundo usava no colégio? Se você viveu os anos 90 e é menina, com certeza lembra delas. A gente comprava um pacote com dez por dois reais (e dois reais na época era uma fortuna!) e passava semanas com elas no braço, sem tirar nem pra dormir, até que arrebentassem ou saíssem de moda repentinamente. Era uma baita brincadeira trocar pulseirinhas com as colegas, ou dar pulseirinhas de presente para os meninos que a gente gostava (ô coisa piegas!)
Pois hoje, em Navegantes, Santa Catarina, foi definitivamente sancionada a lei que proíbe o uso de "shag bands" (ou pulseirinhas do sexo, como foi traduzido) em escolas da cidade. Pra quem ainda não recebeu o e-mail spam explicativo, reza a lenda que uma hora dessas virou moda entre as crianças e adolescentes americanos um jogo de trocar pulseirinhas não exatamente moral. De alguma forma que não entendi muito bem, as crianças trocariam a pulseira por alguma safadeza, que poderia ir desde um selinho até uma relação sexual propriamente dita. A "prenda" é determinada pela cor da pulseira. Cada cor é uma ação diferente.
Vou colar aqui a chamada da notícia, que peguei no site clicrbs.com.br:
Foi sancionada imediatamente pelo prefeito Roberto Carlos de Souza (PSDB) a lei que proíbe as polêmicas pulseirinhas do sexo em Navegantes.
O projeto de lei foi aprovado por unanimidade ontem na Câmara de Vereadores e sancionado hoje de manhã. A partir de hoje, os adereços coloridos estão proibidos em todas as escolas da rede municipal de educação.
- A repercussão do assunto está provocando discussões equivocadas sobre sexualidade dentro das unidades de ensino. As escolas também vão fazer um trabalho com crianças, adolescentes e família sobre a sexualidade de forma correta - afirma o prefeito.
Não é de hoje que se aprende besteira dentro da escola. Afinal a infância e adolescência existem pra isso, pra aprender o que é bom e o que é mau, por bem ou por mal. Não é de hoje também que se proíbe uma coisa por causa de seu contexto - na minha quarta ou quinta série, foram proibidos os tamagochis no meu colégio, porque por causa deles as crianças não prestavam atenção às aulas (os professores despreparados não tinham nada a ver com isso!)
Não quero que me interpretem mal; não estou dizendo que o tal joguinho é legal e bonito, muito pelo contrário. Mas fica difícil não se questionar sobre o que seriam essas "discussões equivocadas sobre sexualidade dentro das escolas".
É claro (pelo menos pra mim, para os vereadores de Navegantes talvez não) que a sexualização das crianças não é culpa, aliás não tem nada a ver, com as pobres pulserinhas made in paraguai. Só que aqui a proibição da discussão sobre o assunto pode ter consequências bem piores do que notas baixas, no caso do meu tamagochi.
Por mais clichê que possa soar, não há nada mais verdadeiro do que admitir que as crianças estão cada vez mais expostas à sexualização precoce, não só pela mídia como muitos cospem por aí, mas por toda a cultura, pelos próprios pais e colégios.
Quem foi/é adolescente sabe como é a conversa sobre sexualidade, na maioria das famílias. As meninas vivem uma constante contradição entre estar o mais linda possível e atrair o mínimo de olhares possível. Você tem que provar o tempo todo que é "feminina" para ter algum valor, mas tem que negar todas as funções naturais das fêmeas. Tem que fingir que não precisa de liberdade, conforto e prazer para ser feliz, apenas ser um bibelozinho da família deve satisfazer, senão a menina é taxada de mal-educada e moleque. Com os meninos é melhor, mas não muito; você pode fazer qualquer coisa que quiser, desde que não seja "coisa de menina"; afinal na nossa cultura machista, nada é mais humilhante do que ser comparado com uma mulher... Conforme vai avançando a puberdade, o menino ainda tem que provar que não é "gay", o que em algumas famílias pode significar negar sua própria sensibilidade e se diminuir absurdamente como ser humano. Daí, parece óbvio, mas não é: não adianta proibir a menina de dançar o créu, mas vesti-la só com roupas cor-de-rosa, salto alto e maquiagem desde os quatro anos ou menos... Os assuntos vão ir mudando, mas a repressão sexual é a mesma, e só pode dar em uma coisa: adolescentes aos quatro anos, machinhos e peruas aos 12, pais e mães aos 15...
Graças a Bach eu tive pais "liberais" (na linguagem externa; pra mim, é o que se pode chamar de "pais inteligentes") que me deram meios de entender meu corpo desde criança, sem repressão. Mas tive conhecidas que aos 11 anos não sabiam o que era menstruação, muito menos gravidez. E aí? Se a mídia não ensina nada, e a família ensina errado, quem pode interferir nesse ciclo funesto? Os pedagogos e professoras, supostamente não estudaram para direcionar de acordo com cada faixa etária a discussão sobre a sexualidade na escola? Ah, mas a discussão da sexualidade nas escolas é equivocada. Vamos rezar para que deus e o papa ajudem nossas crianças, então.
Pois hoje, em Navegantes, Santa Catarina, foi definitivamente sancionada a lei que proíbe o uso de "shag bands" (ou pulseirinhas do sexo, como foi traduzido) em escolas da cidade. Pra quem ainda não recebeu o e-mail spam explicativo, reza a lenda que uma hora dessas virou moda entre as crianças e adolescentes americanos um jogo de trocar pulseirinhas não exatamente moral. De alguma forma que não entendi muito bem, as crianças trocariam a pulseira por alguma safadeza, que poderia ir desde um selinho até uma relação sexual propriamente dita. A "prenda" é determinada pela cor da pulseira. Cada cor é uma ação diferente.
Vou colar aqui a chamada da notícia, que peguei no site clicrbs.com.br:
Foi sancionada imediatamente pelo prefeito Roberto Carlos de Souza (PSDB) a lei que proíbe as polêmicas pulseirinhas do sexo em Navegantes.
O projeto de lei foi aprovado por unanimidade ontem na Câmara de Vereadores e sancionado hoje de manhã. A partir de hoje, os adereços coloridos estão proibidos em todas as escolas da rede municipal de educação.
- A repercussão do assunto está provocando discussões equivocadas sobre sexualidade dentro das unidades de ensino. As escolas também vão fazer um trabalho com crianças, adolescentes e família sobre a sexualidade de forma correta - afirma o prefeito.
Não é de hoje que se aprende besteira dentro da escola. Afinal a infância e adolescência existem pra isso, pra aprender o que é bom e o que é mau, por bem ou por mal. Não é de hoje também que se proíbe uma coisa por causa de seu contexto - na minha quarta ou quinta série, foram proibidos os tamagochis no meu colégio, porque por causa deles as crianças não prestavam atenção às aulas (os professores despreparados não tinham nada a ver com isso!)
Não quero que me interpretem mal; não estou dizendo que o tal joguinho é legal e bonito, muito pelo contrário. Mas fica difícil não se questionar sobre o que seriam essas "discussões equivocadas sobre sexualidade dentro das escolas".
É claro (pelo menos pra mim, para os vereadores de Navegantes talvez não) que a sexualização das crianças não é culpa, aliás não tem nada a ver, com as pobres pulserinhas made in paraguai. Só que aqui a proibição da discussão sobre o assunto pode ter consequências bem piores do que notas baixas, no caso do meu tamagochi.
Por mais clichê que possa soar, não há nada mais verdadeiro do que admitir que as crianças estão cada vez mais expostas à sexualização precoce, não só pela mídia como muitos cospem por aí, mas por toda a cultura, pelos próprios pais e colégios.
Quem foi/é adolescente sabe como é a conversa sobre sexualidade, na maioria das famílias. As meninas vivem uma constante contradição entre estar o mais linda possível e atrair o mínimo de olhares possível. Você tem que provar o tempo todo que é "feminina" para ter algum valor, mas tem que negar todas as funções naturais das fêmeas. Tem que fingir que não precisa de liberdade, conforto e prazer para ser feliz, apenas ser um bibelozinho da família deve satisfazer, senão a menina é taxada de mal-educada e moleque. Com os meninos é melhor, mas não muito; você pode fazer qualquer coisa que quiser, desde que não seja "coisa de menina"; afinal na nossa cultura machista, nada é mais humilhante do que ser comparado com uma mulher... Conforme vai avançando a puberdade, o menino ainda tem que provar que não é "gay", o que em algumas famílias pode significar negar sua própria sensibilidade e se diminuir absurdamente como ser humano. Daí, parece óbvio, mas não é: não adianta proibir a menina de dançar o créu, mas vesti-la só com roupas cor-de-rosa, salto alto e maquiagem desde os quatro anos ou menos... Os assuntos vão ir mudando, mas a repressão sexual é a mesma, e só pode dar em uma coisa: adolescentes aos quatro anos, machinhos e peruas aos 12, pais e mães aos 15...
Graças a Bach eu tive pais "liberais" (na linguagem externa; pra mim, é o que se pode chamar de "pais inteligentes") que me deram meios de entender meu corpo desde criança, sem repressão. Mas tive conhecidas que aos 11 anos não sabiam o que era menstruação, muito menos gravidez. E aí? Se a mídia não ensina nada, e a família ensina errado, quem pode interferir nesse ciclo funesto? Os pedagogos e professoras, supostamente não estudaram para direcionar de acordo com cada faixa etária a discussão sobre a sexualidade na escola? Ah, mas a discussão da sexualidade nas escolas é equivocada. Vamos rezar para que deus e o papa ajudem nossas crianças, então.
Novo blog
Dê uma olhada no meu antigo blog:
www.mrsfeelgood.blogspot.com
Mudei de endereço porque não consigo alterar o template, comentários, entre outros detalhes; (se alguém souber me explicar o motivo disto, por favor...)
Além disso, pretendo escrever textos e críticas aqui, ao invés de versos como o outro se presta. Espero que seja apreciável!
www.mrsfeelgood.blogspot.com
Mudei de endereço porque não consigo alterar o template, comentários, entre outros detalhes; (se alguém souber me explicar o motivo disto, por favor...)
Além disso, pretendo escrever textos e críticas aqui, ao invés de versos como o outro se presta. Espero que seja apreciável!
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